Se fosse possível contabilizar todo o tempo que perdemos ao olhar as horas num relógio daríamos conta da quantidade de detalhes do mundo que deixamos de notar. Daquele sorriso que passou batido diante da pressa de não perder a hora. Afinal de contas, o tempo não espera e tão pouco admite atrasos. Toda a sutileza da juventude esvaiu-se em meio ao som que me lembrava a cada manhã: “acorde, você está atrasado!”
Ah, se fosse possível não apenas contabilizar todo este tempo, mas trazê-lo de volta para que eu soubesse o que é caminhar descalço na grama, que pássaros são livres e voam aos bandos pelo céu, de reparar que de fato o céu é a azul e as estrelas passeiam assim que o Sol se põe.
Hoje, toda a recordação que tenho ao fechar os olhos é a cor escura que toma minhas lembranças e o som de cada manhã: “acorde, você está atrasado!”
Ah, se fosse possível não apenas contabilizar todo este tempo, mas trazê-lo de volta para que eu soubesse o que é caminhar descalço na grama, que pássaros são livres e voam aos bandos pelo céu, de reparar que de fato o céu é a azul e as estrelas passeiam assim que o Sol se põe.
Hoje, toda a recordação que tenho ao fechar os olhos é a cor escura que toma minhas lembranças e o som de cada manhã: “acorde, você está atrasado!”
Autor: Wagner Mahler
